Padrão

6 de março de 2012

Sabemos tão pouco do que possa acontecer
Que acabamos por envolver todos a nossa volta.
Talvez com o propósito apenas de nos agradar,
Fantasiar uma linda história de amor com um perfeito final
Com personagens lúcidos
Perfeitos,
Tanto quanto podemos imaginar.
Invocamo-nos,
Partimos e nos iludimos toda uma vida para o belo ser o melhor!
Descartando tudo que seu conteúdo demostra.
É nesse ponto que paramos de sentir
E começamos a racionalizar a perfeição como algo bom e prazeroso.
De certa forma o belo pode ser algo agradável e confortante
Mas também descartável se for constituído de uma fina casca
Sem retornar esperança de algo que possa ser aproveitado.
O padrão não adquirido por eu ou você
Mas almejado de certa forma pela decisão de muitos
Concretiza uma falsa realidade de ser
Que alastra como uma epidemia a todos
Sobrepondo a verdade unificada que há em cada um de nós
Fazendo, de certa forma
Que essa ilusão epidêmica consiga por poucos segundos
Trocar uma opinião própria pela desavença de um agrupamento alheio
Magoando, assim, o próximo
Que falsamente gostaríamos que fossem moldados unicamente
Para o padrão correspondente a nós.

(Tales Mendonça)